Wanda #1: Serra do Curral, nós e Chay Suede
Olá!
Em meio ao movimento de desprofissionalização da profissão e da desvalorização da crítica cultural surgimos nós: a Wanda.
Somos uma newsletter escrita por Clara Campos, Gabriela Matina, Júlia Ennes, jornalistas formadas pela Universidade Federal de Minas Gerais, e Theo Vargas, ilustradora e baixista da banda Escadacima.
O projeto surgiu como forma de criar um espaço, ainda que pequeno, mas nosso, para falar sobre arte e cultura. Através da Wanda e do que acreditamos ser um bom jornalismo, queremos discutir, observar, criticar, informar e, sobretudo, valorizar a arte contemporânea, principalmente, da cidade de Belo Horizonte, que é onde nasceu o projeto.
O nome é uma homenagem à Wanda Pimentel, artista visual brasileira que na década de 1970 abordava temáticas de gênero e feminismo em suas obras, além de críticas ao período da ditadura militar. Wanda marca a história da nossa formação como jornalistas - e também como amigas.
As edições da Wanda, a revista, serão quinzenais. Nos propomos a escrever criticamente sobre arte em seus mais diversos formatos: visuais, musicais, cinematográficos, televisivos... Além disso, cada edição trará uma agenda cultural para informar aos leitores sobre os próximos shows, exposições, mostras, filmes em cartaz, oficinas e muito mais!
Nesta primeira edição, apresentamos uma reflexão sobre as artes belo-horizontinas, uma crítica de arte acerca da exposição “Entre Nós” com entrevista com a curadora e uma crítica da novela Mania de Você, da Rede Globo. Além, é claro, da nossa agenda cultural com tudo que vai rolar nos próximos dias em BH!
Além do Substack, a Wanda está disponível no Instagram e no Bluesky.
Esperamos que gostem!
Belo Horizonte
Serra do Curral: o obstáculo invisível para a arte belo-horizontina
por Gabriela Matina
Ilustração por Theo Vargas
O maior desafio da cena artística de Belo Horizonte é atravessar a Serra do Curral. Como jornalista, já ouvi essa afirmação diversas vezes, de diferentes entrevistados. Foi numa dessas ocasiões que me perguntei: será que é assim mesmo? E, se for, por que isso acontece?
Por que as produções daqui não seriam capazes de ecoar pelo país, e até pelo mundo, como fazem as artes dos nossos vizinhos Rio de Janeiro e São Paulo? É fato que se produz muita cultura de qualidade em BH. Alguns conseguem romper essa barreira. Na dança, o Grupo Corpo é referência; no teatro, o Galpão é um dos mais renomados; na literatura, Carla Madeira segue como uma das autoras mais lidas do país; e, na música, FBC emplaca hits.
Será que o problema está, então, em não saber reconhecer nossos próprios avanços? Acredito que não. Os exemplos citados são exceções dentro de um vasto universo de produções culturais na cidade.
Certamente você conhece ou até é amigo de alguém que produz arte. No entanto, o processo de consumir um produto cultural vai além da qualidade das produções. O principal motivo pelo qual os artistas não conseguem uma "virada" em suas carreiras é a falta de apoio financeiro.
De acordo com dados de 2018 da Folha de São Paulo, São Paulo e Rio de Janeiro se destacam como os estados que mais investem em cultura, com despesas de 588,4 e 158,4 milhões de reais, respectivamente. Belo Horizonte aparecia em quarto lugar, com 63,8 milhões de reais, nove vezes menos que São Paulo.
Embora haja uma efervescência na produção cultural da cidade, ainda existem poucos espaços com infraestrutura adequadas e financeiramente viáveis para receber artistas de pequeno e médio porte. Também é sabido que, de modo geral, é necessário se consolidar na própria cidade antes de buscar novas audiências.
Além disso, observo uma competitividade grande entre artistas do mesmo nicho, como se dois não pudessem crescer ao mesmo tempo. Falta cooperação, e muitos acabam estagnados. O próprio cidadão belo-horizontino, em muitos casos, não valoriza tanto o trabalho do artista local. Temos o hábito de enaltecer o que vem de fora.
Mas o maior dos desafios que impactam a trajetória dos artistas é a questão financeira. Ser um artista independente é caro, e a falta de incentivo dos órgãos públicos muitas vezes os obriga a dividir seu tempo com outras profissões. Em muitos casos, é preciso conciliar a vida artística com estudo e trabalho em outras áreas. A falta de tempo para se dedicar integralmente à arte acaba a transformando em um hobby.
A resposta para os desafios da cena cultural de BH parece envolver uma combinação de esforços financeiros, cooperação entre artistas e valorização do público. Até quando a Serra do Curral continuará sendo esse obstáculo simbólico para os artistas locais?
Artes visuais
Exposição ‘Entre nós’: Eu também não quero competir com meus amigos
por Clara Campos Bicho
Ilustração por Theo Vargas
No dia 28 de setembro, visitei a exposição “Entre Nós”, que aconteceu nos dias 26, 27 e 28, na Casa Camelo, em Belo Horizonte. “Entre Nós” foi organizada pelo coletivo Despensa, formado em 2023 por Caio Marqz, Daniel Borges e Isabella Rosendo, artistas e estudantes do curso de Belas Artes da UFMG.
Eu tinha preparado algumas perguntas caso alguém da organização estivesse presente no dia, com sorte, encontrei Isabella Rosendo. Mas, em primeiro momento, visitei a exposição sem entrevistá-la, queria extrair minhas impressões mais pessoais. Não sabia o que iria encontrar: quais seriam as possíveis temáticas da mostra? Quais sentimentos as obras despertariam em mim? Como se daria a disposição das artes? Quais seriam as correspondências entre as obras dos 44 artistas que ali se integravam?
Alguns aspectos chamaram atenção, como a diversidade de suportes e técnicas artísticas: pinturas em telas, tecidos e papel, fotografias, performances e instalações, esculturas e uma videoarte. A maioria dos artistas tinha apenas uma obra ou uma série compondo a exposição. Gostaria de ter conhecido mais sobre cada um mas, por um lado, isso me causou curiosidade para pesquisar sobre os trabalhos de forma individual.
As obras, como um conjunto, não pareciam ter grandes convergências, nem de tema ou de suportes ou técnicas artísticas. A impressão que ficou é de que o maior objetivo da “Entre Nós” era o de apresentar jovens artistas belo-horizontinos ao público. Muitas exposições coletivas têm o tema das obras como o grande elo entre os diferentes artistas, como a exposição “Política e Vanguarda: 1964/85”, que visitei em agosto deste ano e reuniu mais de 300 obras, todas produzidas durante a ditadura e que, de alguma forma, criticavam o regime. No entanto, isso não é um aspecto negativo da “Entre Nós” que, inclusive, é clara em sua proposta e, como acredito que artistas devem saber, é necessária no circuito artístico de BH.
Sobre isso, minhas impressões se alinharam ao depoimento que ouvi da curadora Isabella Rosendo. “Nosso primeiro critério foi selecionar artistas e obras que se encaixassem como o contemporâneo e o emergente. A partir disso, nós (Despensa Coletivo) selecionamos todos os trabalhos que você pode imaginar, tanto dentro de técnica quanto de temática. Desde pintura acrílica até desenho bordado, tecelagem, assemblagem. Realmente uma variedade bem grande de técnica e de temática”, explica ela.
“A gente tem desde uma assemblagem com ursinhos de pelúcia até uma imagem que é referência ao Carandiru. Tem arte abstrata, tem cerâmica de alta temperatura. Nós tivemos performance também no dia da abertura”. Os trabalhos foram selecionados por meio de um edital e envio de formulário.
O fato de existirem muitas obras de diversos artistas completamente diferentes em um mesmo local me causou a sensação de realmente estar imersa em uma cena artística. Provavelmente, se houvessem muitas obras de cada integrante da exposição, essa sensação não seria a mesma. A coletividade de “Entre Nós” proporciona uma atmosfera de alguma maneira comunitária ao espectador, que pode chegar perto das artes e, com algumas, até interagir.
Isabella também comentou sobre a disposição das artes na Casa. “Realmente a gente foi na hora, abrimos todas as obras, forramos o chão, colocamos elas e vimos o que combinaria com o quê. Qual o espaço ficaria melhor, tanto que a gente aproveitou o chão. Nós aproveitamos as pilastras e todas as paredes. Algumas a gente agrupou por temática, por exemplo, uma coisa bem mais contemporânea bem colorida, a gente tem naquela parede ali, como o trabalho do Cavi (Brandão) com o trabalho do Tico (Ítalo Carajá) também. Tem outra parede que a gente abordou mais uns tons terrosos em fotografia”.
Por fim, destaco algumas obras: “Espaço na agenda” (2023), de Débora Vieira; “Gestação/Digestão” (2023), de Tatyana Müller Soares; “Além do Visível” (2023), de Daniel Borges; “Augusto de Lima, 1646, sala 1804” (2023), de Carol Peso; “Ora-pro-todes-nobis” (2022), de Helena Borges e “Ode à ma mere” (2024) de Beatriz Pessoa.
A obra “Ode à ma mere” (2024), de Pessoa, “Ode à minha mãe”, em português, sugere uma homenagem à mãe da artista. A instalação apresenta um grande entrelaçado de tecidos, dispostos no chão da galeria. Descobri que se tratava de uma performance no dia da abertura de “Entre Nós”. Não consegui ir, fui apenas no último dia da mostra. Escrevo sobre o que eu vi. Os tecidos são de variadas cores e estampas e estão trançados neles mesmos, sem deixar pontas soltas. Lembram-me penteados de tranças nos cabelos. Associei à infância, quando minha mãe me arrumava para ir para à escola, até hoje não sei fazer esse penteado, mas a minha mãe sabe. Percebo os nós, diferentes mas juntos, como algo inevitável na vida. Nós todos somos um conjunto de entrelaços, que dentro de nós permanecem, resistindo ao tempo e à materialidade. Perguntei à Isabella a relação entre os nós de “Ode à ma mere” e de “Entre Nós”, ela disse que foi uma grande coincidência.
A mostra é composta por Adriano Basilio; Amanda Jacobus; Anti 01; Ariel Ferreira; Arthur Moura Campos; Bárbara Elizei; Beatriz Pessoa; Brenda Borges; Carol Peso; Cavi Brandão; Cecília Castanha; Clara Salles; Daniela Pedrosa; Débora Vieira; Fávero; Fernanda Campos; Fernanda Gontijo; Fernando Moreira; Flaiê; Gabriel Lopo; Gabriela Sipere; Helds; Helena Borges; Iramara; Isabella Leite; Ítalo Carajá; Jonata Vieira; Laura Dias; Lavínia Alanis; Lucas Jesus; Matheus de Sousa; Mayara Nasr; Mayara Smith; Pedro Patti; Pedro Ton; Popó Tolentino; Rosana Oliveira; Tairine; Tatyana Müller Soares; Thatiane Mendes; Tolentino Ferraz; Verona Carvalho, Victor Borém e Victória Sofia.
Televisão
Mesmo com baixa audiência, Mania de Você entrega o melhor vilão da tv brasileira desde Félix
Sim. Deve ter eu e mais 5 gato pingado assistindo “Mania de Você”, mas eu estou obcecada e acho que você deveria dar uma chance
por Júlia Ennes
Ilustração por Theo Vargas
Completando um mês no ar, a nova novela das nove da Globo, Mania de Você, de João Emanuel Carneiro, tem enfrentado dificuldades com a audiência. Apesar dos índices terem melhorado com o início da segunda fase, o folhetim segue sofrendo duras críticas do público e a questão central parece ser: a novela está com muita cara de série da Netflix.
Porém, se o grande público parece desinteressado por Mania de Você, arrisco dizer que aqueles que se apegaram à novela, o fizeram principalmente por conta de Mavi, o personagem do Chay Suede. Neste papel, o ator mostra uma grande evolução, se comparado com trabalhos anteriores.
Mania de Você não é a primeira novela que enfrenta críticas em relação a essa “cara de série”, Amor de Mãe, de Manuela Dias, também passou por isso em 2019-2021. Isso acontece porque a maioria de nós brasileiros cresceu assistindo novelas ou, pelo menos, sabendo um pouquinho da história que estava no ar no horário das 21h. Para nós, que sempre fomos espectadores, ainda que passivos, das novelas é natural percebermos uma diferença entre elas e as séries ou os filmes. Pode não ser claro qual é essa diferença, mas a gente sabe que existe.
É possível citar algumas características que os diferenciam, mas, neste caso, a principal parece ser o ritmo. Mania de Você é muito rápida. E, não me entenda mal, eu particularmente amo, mas os enredos da teledramaturgia costumam ser mais lentos, mastigados, com muita redundância, até porque precisam durar meses e o público não pode ir se perdendo ao longo do caminho.
A trama foi anunciada com o slogan “o jogo muda o tempo todo” e, por mais que isso possa parecer instigante, esse talvez tenha sido o grande erro da produção - além, é claro, do desespero que baixou na Globo após a audiência ruim das primeiras semanas, que resultou na decisão questionável de sair picotando a montagem e deixando o público mais confuso ainda com a história.
Mesmo com um enredo com várias pontas soltas depois dos cortes, o núcleo principal da novela consegue nos prender à narrativa. Chay Suede não é o único ator que está brilhando na trama. Agatha Moreira está muito bem como Luma, assim como Gabz, como Viola. No entanto, Mavi rouba a cena, principalmente, com sua dinâmica com Mércia, interpretada pela sempre excelente Adriana Esteves. É delicioso odiar Mavi, e olha que na grande parte do tempo eu nem chego a odiá-lo, de fato!
A performance de Chay é recheada de gestos contidos e expressões faciais ora sutis, ora beirando o desespero, que conseguem transmitir os sentimentos e tensões do personagem. Ele transita, naturalmente, entre momentos de frieza e cinismo, de vulnerabilidade e outros até cômicos ao lado de Mércia. É a entrega de um ator que entendeu a complexidade do papel e consegue empregar camadas ao personagem. Exemplo disto é a sugestão de mudança no cabelo do personagem para a segunda fase, feita pelo próprio ator ao diretor Carlos Araújo. A sugestão veio após Suede supor que Mavi provavelmente gostaria de parecer mais fisicamente com Rudá (Nicolas Prattes), interesse amoroso de Viola.
Essa delicadeza da atuação e construção do personagem de Suede é muitíssimo clara em uma cena - que pra mim é uma das mais marcantes da trama até então, mais do que a morte apressada de Molina -, que aconteceu ainda na primeira fase, quando Mavi descobre o envolvimento de Viola com Rudá e vai confrontá-la.
Em prantos, Mavi solta a seguinte frase: “Eu devo ser uma pessoa muito desprezível, devo ser uma pessoa totalmente incapaz de provocar amor em alguém”. Com este texto excepcional de João Emanuel Carneiro, o intérprete entrega um choro muito mais intenso do que de alguém que foi traído, mas de alguém que sente que é incapaz de ser amado.
Com esse momento, conseguimos entender um pouco mais de Mavi e de suas intenções, para além da ambição pura de alguém que quer ser rico. O personagem que foi a vida inteira rejeitado pela mãe, agora se vê também rejeitado pela mulher que ama. Gabz, que vive sua primeira protagonista no horário nobre, completa com maestria a cena.
O mais interessante é que enredos que seguem esse caminho, comumente acabam com um toque de machismo - uma culpabilização destas mulheres por tudo que o homem abandonado faz ou ainda uma justificativa, caso este homem tente se vingar. Porém, não é isso que sentimos com Mavi. Com sua atuação tão intensa e, ao mesmo tempo, com ar de tão natural, Chay Suede consegue nos fazer compreender as motivações do personagem, mesmo que não concordemos com absolutamente nada que ele faz.
Por isso, arrisco a dizer que Mavi é o melhor e mais carismático vilão da TV brasileira desde Félix, o personagem de Mateus Solano em Amor à Vida. Quem não lembra do personagem icônico que jogou a sobrinha recém-nascida na caçamba de lixo, ofendeu tudo e todos, e mesmo assim conquistou o público a ponto de ter uma redenção e protagonizar o primeiro beijo gay de uma novela brasileira?
Eles são, de fato, personagens muito distintos. Porém, assim como Solano, Chay consegue entregar um personagem carismático, debochado, que fala o que pensa e que consegue conquistar o público a ponto de quase torcermos por ele.
Será que Mavi terá uma redenção, como teve Félix? Será que a baixa audiência vai acabar afetando a trajetória do personagem? Cenas dos próximos capítulos!
Agenda Cultural
lustração por Theo Vargas
Shows e espetáculos
Mixtape - Escadacima, Chococorn and the Sugarcanes, e DJs Jujuba e Mari Castanha
Data: 13 de outubro, domingo
Local: Casa Matriz BH – Avenida Álvares Cabral, 400 Centro – Belo Horizonte
Horário: 18h
Entrada: R$ 25 + taxas
Data: 13 de outubro, domingo
Horário: 11h
Local: Centro Cultural SESIMINAS – R. Padre Marinho, 60, Santa Efigênia
Entrada: R$50 (inteira) / R$ 25 (meia-entrada)
Festival Lunawave – shows das bandas Paira, Bear Me Again e Othon Palace
Data: 17 de outubro, quinta-feira
Local: Autêntica – Rua Álvares Maciel, 312 Santa Efigênia – Belo Horizonte
Horário: 20h
Entrada: Antecipado R$30 / Portaria R$40
Data: 24 de outubro, quinta-feira
Local: Autêntica – Rua Álvares Maciel, 312 Santa Efigênia – Belo Horizonte
Horário: 20h
Entrada: ingressos disponíveis em breve
Exposições, feiras e oficinas
Data: 12 e 13 de outubro
Local: Funarte MG - R. Januária, 68, Centro – Belo Horizonte
Horário: 11h às 20h
Entrada: Gratuita
Feira do Vinil & CD’s independentes
Data: 12 de outubro
Local: Av. Álvares Cabral, 400, Centro - Belo Horizonte
Horário: 10h às 17h
Entrada: Gratuita
4° Festival Camelo de Arte Contemporânea
Data: 19 de outubro
Local: Casa Camelo - R. Santo Agostinho, 365, Sagrada Família – Belo Horizonte.
Entrada: Gratuita
Exposição Rito de Margem de Chris Quady
Data: até 20 de outubro
Local: Galeria Mama Cadela – Rua Pouso Alegre, 2048, Santa Tereza – Belo Horizonte.
Horário: Sextas, sábados e domingos, de 9h às 15h
Entrada: Gratuita
Data: 02 a 25 de outubro.
Local: Alto Vera Cruz e Taquaril (2 e 3 de outubro) e bairro Serra (23 a 25 de outubro)
Entrada: Gratuita
Inscrições: formulário online
bons textos e artes, desejo ao coletivo sorte e força pra continuar!
Muito massa o trampo de vocês!!