Olá!
Nesta edição, falamos sobre identidade, identificação, resistência e memória. Destacamos a importância da memória da ditadura militar, cujo golpe completa 60 anos em 2024. Além disso, escrevemos sobre a variedade cultural brasileira.
Aqui, você encontra uma resenha sobre o recém-lançado e estrondoso Ainda Estou Aqui, filme de Walter Salles protagonizado por Fernanda Torres e Selton Mello e outra matéria sobre, afinal, quem é Wanda? Quem é essa artista que dá nome a nossa newsletter? Você vai ver que tanto o casal Eunice e Rubens Paiva quanto Wanda lutavam contra o regime ditatorial, cada um à sua maneira.
Além disso, a jornalista Ellen Morais foi à festa de aniversário de cinco anos do Baile da Bôta, evento que tem como missão celebrar a música brasileira com destaque para o caldeirão sonoro do norte e nordeste do país, e contou tudo pra gente sobre essa experiência!
A Wanda está pelo Brasil afora. Esperamos que gostem!
Ainda Estou Aqui é mesmo tudo isso
Filmes como o de Walter Salles mantém nossa história viva — e isso é maior que qualquer premiação
Por Júlia Ennes
Não tinha como não falar de Ainda Estou Aqui. Há semanas, o público brasileiro aguardava ansiosamente o filme de Walter Salles, estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello. O longa-metragem vinha criando grandes expectativas desde sua estreia mundial no Festival de Veneza, onde recebeu dez minutos de aplausos, além do prêmio de melhor roteiro. Finalmente, no dia 7 de novembro, Ainda Estou Aqui chegou aos cinemas brasileiros, e comprovamos: é tudo o que esperávamos (e até mais).
Além de Fernanda e Selton, o filme conta com grandes nomes como Marjorie Estiano, Valentina Herszage, Humberto Carrão, Dan Stulbach, Olivia Torres e, claro, a grandiosíssima Fernanda Montenegro, que interpreta Eunice já na velhice.
Se um enredo forte e de grande importância para o nosso país, somado a um elenco de peso, não fosse suficiente para fazer de Ainda Estou Aqui um fenômeno, o filme ainda foi escolhido para representar o Brasil no Oscar. Logo, os brasileiros ficaram empolvorosos com a possibilidade de um filme nacional levar uma estatueta e vingar aquele "roubado" de Fernanda Montenegro, em 1999, quando ela concorreu à categoria de "Melhor Atriz" por seu papel em Central do Brasil, também de Walter Salles, e perdeu para Gwyneth Paltrow (por Shakespeare Apaixonado). Entendo a comoção e me somo a ela, mas será que Ainda Estou Aqui precisa do Oscar?
Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, publicado em 2015, Ainda Estou Aqui conta a história da família Paiva. De início, a opressão militar parece ser apenas uma sombra que paira sobre a vida cotidiana da família até que o pai, Rubens Paiva (Selton Mello), ex-deputado cassado após o golpe de 1964, é levado por militares para prestar um depoimento e nunca mais retorna para casa.
No centro da narrativa está Eunice (Fernanda Torres), que, após o desaparecimento de Rubens, é obrigada a se reinventar e seguir com a vida da família, ao mesmo tempo em que cobra o reconhecimento do sequestro do marido. O filme é muito forte e marcado pela memória — esse é o fio condutor da história, e as imagens captadas com uma Super 8 ajudam a criar essa sensação. E o grande destaque está em Fernanda Torres, que nunca esteve tão bem em cena, e ela mesmo reconhece isso.
Em uma entrevista para a FRED Film Radio, a atriz contou que uma vez ouviu da mãe, Fernanda Montenegro, um conselho sobre a interpretação de histórias de tragédia: "se você for fazer Hécuba ou Antígona, você não pode chorar. Se Hécuba começar a chorar na primeira má notícia que ela recebe, no final ela vai estar parecendo uma barata. Hécuba encara a tragédia". Ela afirmou que se lembrou dessa reflexão ao interpretar Eunice, pois percebeu que a matriarca dos Paiva não podia apenas chorar ou sentir autopiedade, ela não tinha tempo para isso.
Torres falou ainda sobre como essa postura dá força tanto para a atriz quanto para a personagem. Essa foi uma das sutilezas que mais me chamou a atenção enquanto assistia ao filme: a forma como os personagens encaram a situação imposta pelo sequestro de Rubens. Eunice era o centro daquela família, o alicerce que os filhos precisavam para seguir em frente. Então, ela adota uma postura muito prática, com a venda do terreno, o controle sobre o paradeiro das filhas, a busca por justiça, até a venda da casa da família e mudança para São Paulo — ela precisa seguir adiante.
Ao mesmo tempo, é interessante como as crianças ainda são… crianças. O que pode parecer, num primeiro momento, besteira infantil, como a insistência em continuar no time ou a revolta com a venda da casa, é o que torna a história ainda mais impactante e real. Afinal, nenhuma criança — ou melhor, ninguém — está preparado para passar por aquilo. Esse é um trabalho muito delicado de roteiro, direção e, também, muito dos atores.
O filme tem uma passagem de tempo, e o desfecho é agridoce. Vi algumas pessoas criticando essa transição, como se a narrativa não tivesse se concluído de maneira adequada. Mas, honestamente, acho que é esse o sentimento que ficamos com as histórias da ditadura mesmo. Nada, de fato, foi resolvido como deveria. É o eterno grito preso, uma revolta sem solução. Só nos resta contar e recontar essas histórias para que ninguém esqueça o que aconteceu.
Refletindo sobre filmes que abordam o período da ditadura, lembrei de Argentina, 1985 (dirigido por Santiago Mitre e protagonizado por Ricardo Darín e Peter Lanzani), que assisti no ano retrasado. Por mais que já soubesse da diferença entre os processos de anistia na Argentina e no Brasil, ao final do filme fiquei com um sentimento amargo. Acredito que esse é tema ainda é uma dor, uma falta que nós, brasileiros (pelo menos os que reconhecem que a ditadura existiu com todas as suas atrocidades), sentimos. Assistir ao grandioso longa de Mitre foi como receber uma lição sobre como deveríamos tratar os criminosos da ditadura. Um sentimento que mistura a emoção de ver justiça sendo feita com a reflexão de "nossa, como seria se o Brasil tivesse feito isso?".
É interessante pensar também como Ainda Estou Aqui só é uma obra tão completa justamente por causa dos resgates históricos feitos pela Comissão Nacional da Verdade (grupo criado durante o governo Dilma Rousseff para apurar as violações contra os direitos humanos cometidas durante a ditadura militar, de 1964 a 1985). Rubens Paiva afirmou em uma entrevista que, graças à Comissão, ele obteve elementos para escrever o livro Ainda Estou Aqui, que agora deu origem a este filme deslumbrante.
Então, não, Ainda Estou Aqui não precisa do Oscar. Claro que seria magnífico que um filme brasileiro, especialmente um que conta a história de um dos períodos mais terríveis da nossa história, fosse (ainda mais) reconhecido internacionalmente e ganhasse esse prêmio, que carrega todo um peso e importância para a indústria do cinema. Mas o filme de Walter Salles é muito mais do que isso. É uma obra belíssima sobre uma história que merecia ser contada exatamente como foi. Ainda Estou Aqui é maior do que o Oscar ou qualquer outra premiação.
A história de Eunice Paiva é a história de uma mulher que nunca desistiu de ter o assassinato de seu marido reconhecido pelo governo brasileiro. Obras como Ainda Estou Aqui (primeiro como livro e agora como filme, com maior alcance) parecem nos dar um pouco do reconhecimento e da justiça que a Anistia, da forma como foi feita no Brasil, nos tirou.
São uma forma de buscar ainda mais esse reconhecimento e dar nome aos bois — mesmo que, na vida real, eles não sejam penalizados, como os algozes de Rubens não foram até hoje. Uma forma de dar importância ao sofrimento de todas as vítimas e famílias que passaram por algo semelhante. De relembrar para que jamais se repita.
COLABORE COM A WANDA!
Baile da Bôta: 5 anos valorizando a cultura nortista e nordestina
O dia em que conheci uma festa única, com uma diversidade sonora incrível e uma produção impecável
Por Ellen Morais*
No último sábado, 15 de novembro, fui ao Baile da Bôta pela primeira vez — um rolê que já queria ir há tempos, pois sempre ouvia sobre como balançava a pista. Neste dia, o Baile comemorou seus 5 anos de história com uma festa de se falar por meses, e uma line que uniu os estados de Minas Gerais, Bahia e Pará. Desde o anúncio da comemoração, estava muito animada para conhecer a festa, e foi o que eu fiz. O resultado: dancei por todos os rolês que não consegui dançar o ano inteiro!
Em meio a um cenário de música eletrônica marcado por produções estrangeiras e sudestinas, o Baile da Bôta surgiu para expandir o horizonte com as produções musicais do norte e do nordeste. A festa tem o objetivo de valorizar a música popular e as produções de periferia, com um destaque para o recorte queer. São exaltados e trazidos para o palco artistas que compõem a música eletrônica brasileira de paredão, com uma mistura que inclui tecnobrega, piseiro, bregadeira, pagodão baiano, bregafunk, eletromelody e o funk de diversas partes do Brasil, além de influências afro-caribenhas. Tudo o que é mais gostoso!
Quem dá vida ao projeto é o trio composto por DJ Jambruna, DJ Cordoval e Charlotte Drag, que performam de forma vibrante, contagiando todo o público. Enquanto os DJs comandam a música com bregas pra arrastar até o chão, a drag queen Charlotte conduz a apresentação no microfone e serve os melhores lipsyncs.
A festa de aniversário do Baile da Bôta foi no Rooftop Shopping do Avião, em Contagem, região metropolitana de BH. Cheguei logo cedo porque não sou boba e queria aproveitar tudo desde o início. Me encantei só de pisar no chão e ver a estrutura do evento, com um palco enorme, telões maiores ainda para iluminar toda a pista e uma decoração festiva que deu o nome. O espaço era amplo, tinha comidas deliciosas com direito a gastronomia nortista, pessoas queridas te atendendo e diversos banheiros (com pia e espelho, tá? nada do banheiro químico convencional).
A DJ Jambruna abriu a festa arregaçando nossos corações com muito tecnobrega, que me fez sorrir e dançar o tempo todo. Não tinha jeito melhor pra começar a noite! É nítido o quanto sua pesquisa musical é forte, revelando a potência das festas de aparelhagem do Pará. Em seguida, conheci o trabalho da Paulilo, multiartista da cena de Salvador, que desde 2015, explora diversos gêneros como afrobeat, house e reggae, com ênfase nas baianidades. A artista marcou presença em diversos estados do país, pesquisando a cultura do pagode da Bahia e incorporando-a em sua identidade. Em 2019, ela criou o primeiro paredão LGBTQIA+ do Nordeste, o Paulilo Paredão, visando amplificar as vozes de identidades LGBTQIAPN+ presentes nessa cultura. No Baile da Bôta, botou a pista pra ferver e me teletransportou de forma mágica para o carnaval da Bahia, que eu tive a oportunidade de vivenciar este ano.
E como se eu não tivesse dançado em todas com a Paulilo, o evento logo foi tomado pela performance eletrizante da Gang do Eletro, grupo paraense que voltou com tudo pra BH depois de 5 anos longe dos palcos. Formado por Keila Gentil, Marcos Maderito, Will-Love e Waldo Squash, a gang foi um sucesso na década de 2010, com uma coletânea que conquistou o público na internet e nas festas de aparelhagem. Sua música é marcada por elementos do tecnobrega, da música eletrônica amazônica e letras que retratam o dia a dia de uma realidade periférica. Após um período de hiato, em que os integrantes resolveram se dedicar à carreira solo, a gang se reuniu novamente para trazer toda essa potência para os palcos.
Foi simplesmente uma das performances mais envolventes que eu já tive a oportunidade de vivenciar (sei que estou falando isso o texto inteiro, mas eu não consegui parar de dançar por um segundo). Sempre era surpreendida com uma faísca de energia que eu nem sabia mais de onde vinha para mexer com a intensidade do grupo, que ainda estava acompanhado de três dançarinos maravilhosos. Ao final da performance, a gang chamou o público para dançar no palco, e todos tremeram em velocidades inimagináveis. Naquele momento, o Baile da Bôta inteiro acelerou junto para fazer o chão de Contagem tremer.
Cansou? Porque tem mais! Logo depois dessas performances incríveis, Charlotte, Jambruna e Cordoval iniciaram o show ao som de Planeta de Cores, e todos (já me considerando uma bôtinhalover) nos entregamos. Tivemos algumas músicas para esquentar ainda mais a festa antes de sermos bombardeados pela presença de Vitty, convidada da anfitriã Charlotte. A performer baiana, de apenas 22 anos, mostrou que não é só a rainha dos memes, mas também a rainha dos palcos. Com uma presença enorme, cativou a todos com suas canetadas e uma performance de cair no chão. Não é atoa que Vitty é certeza de sucesso para qualquer artista que a queira em seu squad, e naquela noite isso não foi diferente.
E todo aniversário precisa de um parabéns né? Após a apresentação estrondosa de Vitty, nossos anfitriões seguiram a festa com músicas vibrantes até que fomos surpreendidas pelo Parabéns da nossa querida Pabllo Vittar, com direito a um bolo delicioso para todes que soubessem pedir. Que festa, viu? Ainda rolou um after de peso com Will Love e Maderito para trazer um “rockdoido” para quem fosse virar a noite, mas eu não fui forte o suficiente. Cheguei em casa feliz, com 10 anos a mais de vida e um sorriso que durou o resto da semana.
Acho que ainda nem processei tudo o que essa festa é e foi. Eu que cresci vidrada nas performances da Joelma e me apaixonei pela discografia da Gaby Amarantos, saí revigorada e pronta para bater ponto em todas edições com as bôtinhalovers. É impossível não querer se mexer a noite toda. Primeiro, porque a música é quente de verdade. Segundo, porque o público é mais quente ainda. Sempre que eu sentia uma dor no quadril e achava que não aguentaria continuar dançando, já começava outro batidão pra rebolar junto. Posso falar? Alterou a química do meu cérebro!
Fico extremamente feliz de ter uma festa tão linda com a cultura do brega e da música de paredão em Belo Horizonte, e com um público que vive, abraça e vibra com toda essa diversidade. Se você quiser celebrar a música brasileira da melhor forma, não pode perder o Baile da Bôta. Fui boba por todos esses anos e me arrependi de não ter ido antes, então se esse for o seu caso, não dá mole não hein? E se tiver que ir sozinhe, vai sem medo que o baile te abraça! Fui assim e nunca me senti tão livre e acompanhada pra dançar a noite toda. Sem dúvidas, se tornou uma das minhas festas favoritas. Viva o Baile da Bôta!
* Ellen é jornalista e ama um tanto de coisa. Escreve quando tem vontade ou quando algo lhe brilha os olhos, e sempre foi apaixonada por música, dança e cinema.
Afinal, quem é Wanda?
Os Envolvimentos da mulher com o mundo
Por Clara Campos Bicho
Nesta quarta edição da revista, depois de termos ambientado um pouco os leitores ao que seria a Wanda, resolvi melhor esclarecer, respondendo à questão: afinal, quem é Wanda? “Revista Wanda”, o que quer dizer isso? Bem, a Wanda é um elo que juntou o nosso grupo de amigas no início da faculdade de jornalismo na UFMG (eu, Júlia, Gabi e Ellen), uns anos atrás. Apresentei a artista às minhas amigas e fizemos um dos primeiros trabalhos da graduação sobre ela. E, graças à amizade, a revista existe. Mas, vamos do começo…
A Wanda não é uma Wanda qualquer, aleatória. Tem nome e sobrenome: é Wanda Pimentel, artista visual carioca, nascida na cidade do Rio de Janeiro em 1943. Inclusive, parei para pensar agora que ela nasceu apenas um ano antes da minha avó Risa. E antes de ser tema durante a faculdade (fiz uma longa pesquisa sobre ela e um TCC de 70 páginas), Pimentel foi inspiração durante os anos do ensino médio. Foi ela um grande motor para que eu começasse a pintar telas, até então apenas desenhava. A conheci através da minha professora de artes do ensino médio, Amanda. Depois, nunca mais nos separamos. Quando recebi a notícia de sua morte em 2019, chorei como se fôssemos amigas. Minha artista preferida.
Essa é a Wanda para mim, mas, em termos mais formais, segundo a minha própria pesquisa, ela foi uma pintora, desenhista e escultora precursora da arte construtivista no Brasil e integrante do movimento da arte figurativa, tendo estudado pintura com Ivan Serpa no início dos anos 1960. As obras de Wanda chamam atenção pelas qualidades visuais, como as cores fortes e chapadas, as linhas precisas e a paleta de cores marcante, mas também pelas características temáticas: a série “Envolvimentos”, a mais famosa da artista, aborda questões de gênero, como o confinamento da mulher ao espaço doméstico, em plena ditatura militar do final dos anos 1960 até os anos 1980.
De acordo com a curadoria de Adriano Pedrosa e de Camila Bechelany, diretor artístico e curadora-assistente do Museu de Arte de São Paulo (MASP), “Pode-se compreender a obra de Pimentel, e particularmente a série “Envolvimentos”, a partir do embate dessas duas referências aparentemente irreconciliáveis: por um lado, o rigor das linhas e formas abstratas e geométricas; por outro, o desejo de representar o mundo contemporâneo e cotidiano em transformação, vivido e percebido (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), Exposição Envolvimentos, 2017).”
E é nesse conflito entre o rígido e o mutável que as pernas e os pés da mulher que habita os cômodos da casa de “Envolvimentos” se movem dançando em cima da pia da cozinha e bagunçando toda a louça, andando pelos quartos e deixando as roupas espalhadas pelo chão…
Além das questões de gênero, “Envolvimentos” expõe o consumismo e a relação entre os objetos e as pessoas. Em entrevista para Vera Pedrosa no jornal carioca “Correio da Manhã”, em 1969, Wanda fala sobre a temática da série: “[...] Acho que a minha problemática é a do nosso tempo: a falta de perspectiva do homem, a sua alienação. A coisa mais triste é o homem ser dominado pelas coisas. Não, dominado não é o termo. Envolvido”.
Logo após o fim da ditadura, em 1986, Wanda Pimentel trouxe um relato ao documento “Depoimento de uma geração 1969-1970”, do Ciclo de Exposições sobre Arte no Rio de Janeiro. O documento de quase 100 páginas contém depoimentos de 37 artistas visuais do período, entre eles estão Cildo Meireles, Wanda Pimentel e Vera Roitman. Os artistas falam sobre a relação entre os anos ditatoriais, a repressão e a violência, o trabalho artístico e a resistência ao regime. Wanda destaca o sofrimento que perpassou seus trabalhos e de seus amigos durante a ditadura, sentimento que se relaciona diretamente às temáticas sobre gênero, exploradas em seus quadros:
“Meu trabalho foi sempre muito rígido, duro. Lembro-me que nunca pintei com alegria, tudo foi feito sempre de forma dolorosa. Quem sabe, por aí, havia alguma relação com a situação política que vivíamos. Sempre construí meu trabalho de uma maneira muito tensa.”
Diante de tudo que a Wanda foi e é, fica a nossa homenagem em forma de revista: de alguma maneira, também seguimos narrando sobre a relação entre o homem, mais especificamente, a mulher e o mundo.
Agenda cultural
Shows e espetáculos
Shows, espetáculos e outros rolês
Quartinho BH #11 ouve PIQUE de Dora Morelenbaum
Data: 27 de novembro
Local: INCC Café – Av. Brasil, 75, Loja 5, Santa Efigênia, Belo Horizonte
Horário: 19h
Entrada: Gratuita
Oswaldo Montenegro - Celebrando 50 Anos De Estrada
Data: 07 e 08 de dezembro
Local: Palácio das Artes – Av. Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte
Horário: 21h
Entrada: ingressos a partir de R$80
Show Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo
Data: 14 de dezembro
Local: Autêntica – Rua Álvares Maciel, 312, Santa Efigênia, Belo Horizonte
Horário: 21h
Entrada: Ingressos à venda em breve
Exposições, feiras e oficinas
Oficina: Estamparia manual com carimbos artesanais para crianças
Data: 23 de novembro
Local: Casa Camelo – Rua Santo Agostinho, 365, Sagrada Família, Belo Horizonte
Horário: 10h às 12h
Entrada: Gratuita com inscrições
Forumdoc.bh - 28º Festival do Filme Documentário e Etnográfico
Data: 21 de Novembro a 01 de dezembro
Local: Cine Humberto Mauro (Palácio das Artes) – Av. Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte
Horário: confira a programação no site do evento
Entrada: Gratuita com inscrições
Clara Nunes: “Eu Sou a tal Mineira”
Data: 15 de dezembro de 2024 até 15 de dezembro de 2025
Local: Museu da Moda – Rua da Bahia, 1149, Centro, Belo Horizonte
Horário: De quarta-feira a sábado, das 10h às 18h.
Entrada: Gratuita
Muito orgulho dessa edição! <3
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